São Paulo (SP) - O handebol feminino brasileiro conseguiu hoje (18) seu melhor resultado na história dos Mundiais. A equipe comandada pelo dinamarquês Morten Soubak goleou a Rússia por 36 a 20 (18 a 11 no primeiro tempo) no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, e encerrou a competição em quinto lugar. Antes, o melhor desempenho verde e amarelo havia sido em 2005, na Rússia, quando ficou em sétimo.
A marca histórica coroa os 33 anos da goleira Chana, completados hoje. "Se todas as competições fossem disputadas no Brasil, ganharíamos uma logo", brincou a atleta. "O mais importante é que colocamos a torcida do nosso lado. Tenho certeza de que ela vai nos acompanhar onde estivermos. O Mundial foi superpositivo. Jogamos mal apenas um jogo e isso não pode apagar o que fizemos nos outros sete, que foram muito bons", completou a aniversariante, referindo-se à derrota para a Espanha nas quartas de final, quarta-feira (14), por 27 a 26.
Eleita a melhor jogadora da partida, Chana está feliz com o seu desempenho no Mundial e quer prolongar a carreira. Ela anunicou que, em 2012, deve retornar ao Brasil. "Está cada vez mais difícil parar de jogar, porque eu me sinto cada vez melhor. Voltar ao Brasil é tudo o que eu quero. Fico na Europa até maio. Depois das Olimpíadas, estou 90% fechada com a Metodista/São Bernardo", afirmou.
Barbara Arenhart, companheira de posição de Chana, é só elogios à veterana. "Ela é fundamental para a Seleção e coloca todos para cima quando a gente precisa. Por isso, mereceu o prêmio que ganhou hoje. Tenho com ela uma relação dentro de quadra que nunca tive com outra goleira. Parece até que nascemos grudadas. Nossa união é transparente."
O jogo - Em quadra, o duelo foi de opostos. Enquanto o Brasil entrou ligado, disposto a obter a melhor posição em Mundais, a Rússia parecia abatida por ter perdido a chance de tentar o tetracampeonato. Isso se refletiu no resultado desde os primeiros minutos. Mais rápidas no contra-ataque e atentas na defesa, as brasileiras logo abriram 3 a 0 no placar.
Quando a Rússia atacava, brilhava a estrela de Chana. A goleira estava inspiradíssima e fez, pelo menos, três grandes defesas no primeiro tempo. Com essa segurança atrás, as pontas Alexandra e Fernanda garantiram o poder ofensivo, e o Brasil chegou ao intervalo com sete gols à frente no placar.
No segundo tempo, o Brasil pisou ainda mais no acelerador e ampliou a vantagem. "Cumprimos o objetivo de superar nossa melhor colodcação em Mundiais e conseguimos fazer com que o handebol brasileiro ganhasse respeito na Europa. É tudo bom demais", comemorou a armadora Eduarda Amorim, a Duda. "No jogo de hoje, mesmo no limite físico e mental, conseguimos ter concentração. Agora, já estamos pensando em Londres. Pode ter certeza de que vamos atrás da medalha", completou a também armadora Deonise.
O técnico Morten Soubak mostrou satisfação com a campanha brasileira. "Jogamos um Mundial excepcional e conseguimos brigar de igual para igual com todos os outros times. Erramos naqueles 15 segundos contra a Espanha", lamentou. "Claro que sempre há o que melhorar, e o principal é equilibrar mais a defesa. Em um mesmo jogo, há períodos em que tomamos muitos gols e outros em que não tomamos nenhum", acrescentou o dinamarquês.
O treinador russo, Evgeny Trefilov, assumiu a responsabilidade pela derrota e achou o resultado justo. "Não adianta tentar achar justificativas", afirmou.
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